Falou com uma advogada, assinou um acordo com o ex-marido e combinou códigos com a mãe. Ao mínimo sinal de que Mariana não estivesse bem, a psicóloga abandonaria o jogo.
Daniela S. nunca imaginou passar mais de um mês na Casa dos Segredos, mas conquistou o terceiro lugar e provou que a discrição, a elegância e a inteligência também têm lugar nos reality shows. A psicóloga inscreveu‑se no programa para ganhar algum dinheiro e saldar dívidas que tinha acumulado, mas não deixou nada ao acaso.
Numa conversa intimista com a NOVA GENTE, Daniela revelou como foram os seus dias antes de rumar à Venda do Pinheiro e toda a sua estratégia de forma a proteger a filha, Mariana, de cinco anos. “Antes de entrar, falei com uma advogada. Quis saber tudo o que devia fazer para me proteger a mim e à minha filha. Um dos conselhos que ela me deu foi para eu não ir sem avisar o meu ex‑marido, a professora da Mariana e os meus familiares.
Apesar da produção sempre me ter pedido para não contar a ninguém que tinha sido escolhida, disse‑lhes logo que havia algumas pessoas com quem tinha de conversar e que não ia abdicar disso”, contou. E assim fez. Daniela enviou um e‑mail ao ex‑marido, o campeão de motociclismo Cristiano Fernandes, e depois encontrou‑se com ele.
“Apesar de não concordar, disse que compreendia as minhas razões e que me apoiava em tudo. Para evitar problemas, assinámos um acordo excecional de regulação paternal, que é muito específico. Tem todas as cláusulas possíveis e imaginárias para ele não ter nada por onde pegar.Está tudo escrito, horários, visitas, tudo. Por isso, não entendo até hoje a que propósito é que ele veio para as revistas dizer que não sabia de nada sobre a minha entrada no programa. Estava tudo conversado e esse acordo que assinámos é a prova disso. Ele ficou com uma cópia, a minha mãe com outra e ainda entreguei uma terceira na escola da Mariana”, afirma.
A professora da menina também foi alertada para a entrada de Daniela S. na Casa dos Segredos e tinha instruções muito específicas para a forma de lidar com o assunto. “Se houvesse alguma alteração no comportamento da Mariana, por mais pequeno que fosse, se ela estivesse mais ausente, mais distraída ou ansiosa, a educadora diria imediatamente à minha mãe. E também lhe pedi para a Mariana não usar determinado recreio, que dá para a rua, onde pudesse ser fotografada por paparazzi”, conta ainda, salientando que a sua única preocupação era proteger a filha da exposição mediática.
A psicóloga pediu também à Endemol, desde o primeiro dia, que a avisassem se houvesse algum problema com a filha. Mas a sua preocupação era de tal forma que combinou com a mãe alguns códigos, com medo que lhe escondessem algum pormenor. “Sempre que eu perguntava à produção se estava tudo bem, eles ligavam à minha mãe e, no dia a seguir, traziam‑me o recado. Eu tinha combinado com a minha mãe algumas palavras‑chave e sinais para perceber que estava mesmo tudo bem, tal como também tinha combinado o contrário. Se alguém atirasse bananas para dentro do recinto da Casa, eu saía imediatamente.
Se aparecesse um avião a dizer Miss You, VFF, eu saía também. Qualquer um destes códigos significaria que alguma coisa estava a correr mal: ou a minha imagem cá fora não era boa e me podia prejudicar, ou que havia algum problema com a minha filha ou que o meu ex‑marido estava zangado comigo por alguma razão.” Depois de tudo acertado, faltava o principal: falar com a filha. Daniela sentou‑se com a menina e explicou‑lhe que se ia ausentar por uns tempos. “Disse‑lhe que ia para uma casa trabalhar e que não ia ter telemóvel para poder falar com ela. E disse‑lhe também que, sempre que ela quisesse, podia ver‑me na televisão.
Agora sei que, na primeira semana, ela choramingou um bocadinho, mas nós temos uma estrutura familiar muito forte e ela aguentou muito bem este tempo. A minha mãe deixava‑a ver uma hora por dia do programa, mas selecionava os conteúdos, obviamente”, conta ainda a psicóloga. Durante os três meses e meio em que esteve no programa, Daniela passou por três momentos emocionalmente complicados.
“Estive três vezes com as malas feitas e decidida a desistir. E só não o fiz, porque tive longas conversas com a Voz, que me convenceu a ficar. Para mim, foi muito duro estar sem notícias da Mariana. Vê‑la na gala do final de ano foi uma surpresa, porque sempre disse que não queria que ela aparecesse nos estúdios”, afirma.
Para já, mãe e filha ainda não recuperaram o tempo perdido. Desde a noite de Ano Novo, Daniela tem andado numa roda-viva entre idas à televisão e entrevistas e pouco tempo tem para estar com o grande amor da sua vida. “Todos os bocadinhos que tenho é para estar com ela e tem sido tudo ótimo. Se valeu a pena? Acho que sim, pelo menos ganhei algum dinheiro [dez mil euros] para estabilizar a minha vida. Quanto ao resto, ainda é cedo para avaliar. Era bom que esta exposição me ajudasse financeiramente, mas vamos ver...”, diz ainda, sem certezas sobre o que o futuro lhe reserva.
(Texto:Patrícia Correia Branco/ Fotos:Luís Baltasar
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